Global: Mia Couto - "Não há outro caminho que não seja a insubordinação"

Mia Couto conseguiu “passar do local para o global”. A escolha do júri foi justificada pela “vasta obra ficcional caracterizada pela inovação estilística e a profunda humanidade”, em trinta livros que extravasaram as fronteiras do seu país e foram reconhecidas pela crítica, fazendo a sua obra “passar do local para o global”. José Carlos Vasconcelos disse que foi “ponderado tudo o que significa [a obra de Mia Couto] nas literaturas de Língua Portuguesa e na de Moçambique". "Inicialmente, foi muito valorizada pela criação e inovação verbal, mas tem tido uma cada vez maior solidez na estrutura narrativa e capacidade de transportar para a escrita a oralidade", acrescentou o diretor do Jornal de Letras, em nome dos restantes jurados do Prémio Camões: Clara Crabbé Rocha, catedrática da Universidade Nova de Lisboa, o escritor moçambicano João Paulo Borges Coelho, o escritor angolano José Eduardo Agualusa, Alcir Pécora, crítico e professor da Universidade de Campinas e o diplomata Alberto da Costa e Silva, membro da Academia Brasileira de Letras, pelo Brasil.